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Edição XI | 01 - Jan . 2007
Equipe SEEDnews-seednews@seednews.inf.br
    Esta seção da revista SEEDnews está sendo coordenada pela equipe da área de sementes da Universidade Federal de Pelotas, objetivando esclarecer as inúmeras dúvidas enviadas pelos leitores. Mande sua dúvida para redacao@seednews.inf.br
 
    “Por favor, comentem a importância do amostrador na análise da qualidade de um lote de sementes, pois entendo que essa pessoa não realiza os testes de qualidade.”
    Um lote de sementes de trigo de 20 toneladas possui mais de 600 milhões de sementes, e para determinar seu potencial de germinação são utilizadas apenas 400 sementes (4 x 100). Este exemplo ilustra a importância de se tomar uma amostra de sementes que seja representativa do lote. Para isso, técnicas e equipamentos especiais são utilizados e o amostrador é uma pessoa treinada e credenciada para tirar esta amostra de sementes.

 
 

 
 
 
    “Cultivo milheto para forragem e cobertura do solo. Na última safra tive que replantar uma lavoura, pois o estande estava muito baixo, apesar da germinação do lote apresentar mais de 80% e as condições de solo estarem boas. Admiti que as sementes estavam com baixo vigor e, neste sentido, gostaria de saber que testes de vigor podem ser utilizados para sementes de milheto?”
    Concordamos que suas sementes provavelmente apresentavam baixo vigor. Há poucos trabalhos sobre testes de vigor para sementes de milheto, entretanto o de envelhecimento acelerado, em que se consegue separar lotes de sementes com diferente qualidade fisiológica, tem dado bons resultados. Outro teste, considerado universal, é o de emergência a campo, que tende a simular as condições de solo no momento do plantio.

 


    “Sei que vários produtos são atualmente veiculados junto com as sementes para aumentarem o seu desempenho, tais como hormônios, fungicida, inseticida, micronutrientes e outros. Gostaria de saber como esses materiais são aderidos à semente, pois alguns estão, inclusive, em forma de pó.”
    A ciência avançou bastante nos últimos tempos e dispomos, atualmente, de vários produtos e processos para aumentar o desempenho e a produtividade das sementes. Para veicular esses produtos, de forma a que não saiam das sementes e que haja uma boa distribuição, utiliza-se de um coating com aplicação de um polímero. Para cada situação há um produto  u processo mais indicado e a indústria está preparada para atender.




    “Observei na última SEEDnews que no Brasil as sementes de soja são classificadas com peneiras planas e de furos redondos. Gostaria que comentassem a respeito, pois tenho entendido que peneiras cilíndricas de furos oblongos são mais eficientes.”
    De fato, as sementes de soja, no Brasil, são classificadas em dois ou três tamanhos, de acordo com sua largura, e para isso utiliza-se peneiras de furos redondos. Se fosse por espessura, aí sim deveríamos utilizar peneiras de furos oblongos. Quanto a peneira cilíndrica ser mais eficiente, está correto. Entretanto, no caso da soja, que é ovalar, peneiras planas também fazem um bom trabalho, especialmente se colocarmos uma cobertura na primeira peneira para as sementes não pularem.

 


    Recebemos com frequência perguntas sobre qual a melhor variedade ou híbrido para um determinado local. Neste sentido, vamos comentar a seguir algo geral sobre esta questão.
    O desempenho de um híbrido ou variedade é função de sua carga genética e do ambiente em que é cultivado. Alguns materiais são mais sensíveis do que outros, entretanto, todos respondem a esses fatores. Assim, para saber qual o melhor material que se adapta na região, devemos buscar as informações do material no momento em que foi registrado para comercialização. Todos os materiais, para serem comercializados, devem apresentar o Valor de Cultivo e Uso (VCU), obtido por experimentação durante dois anos em diferentes locais.
 


    “Ouvi falar que um lote de sementes de Brassicas com mais de 90% de germinação foi exportado e, um mês após, estava com menos de 30% de germinação. Chamaram os especialistas e foi determinado que a causa da redução drástica da germinação
tinha sido causada pela dormência secundária das sementes. Poderiam explicar o assunto?”
    As sementes apresentam dormência para proteção da espécie, cujo processo é bastante comum em sementes de plantas daninhas. A dormência secundária manifesta-se quando as condições são adversas para a semente ou quando o florescimento estiver programado para uma estação fria ou seca. Exemplos de estresses que causam dormência secundária são luz, no caso de sementes de alface, e alta temperatura, para sementes de algumas Brassicas, sorgo e arroz vermelho.

 




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