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Edição X | 04 - Jul . 2006
Equipe SEEDnews-seednews@seednews.inf.br
    Esta seção da revista SEEDnews está sendo coordenada pela equipe da área de sementes da Universidade Federal de Pelotas, objetivando esclarecer as inúmeras dúvidas enviadas pelos leitores.
           
    Em relação a credenciamento de laboratórios de sementes, parece que há vários organismos que atuam no processo. Poderiam comentar a respeito, pois estou em vias de buscar um sistema de credenciamento para meu laboratório?
    Existem três entidades que fornecem atestados de credenciamento: a ISSO (International Organization for Standarization), que é bastante ampla, credenciando também muitos outros processos; a ILAC (International Laboratory Accreditation Cooperation), que credencia praticamente todos tipos de laboratório; e o sistema da ISTA (International Seed Testing Association), específico para laboratórios de sementes. No Brasil, os laboratórios para o comércio interno estão adotando o sistema da ISO 17025 e para o comércio externo o da ISTA. Em termos de custo, a diferença entre ambos é pequena.

 
 
    Lendo uma matéria sobre milho, observei que há um tipo de milho indicado para alta tecnologia, o que parece ser bastante comum, podendo ser visto em folders distribuídos pelas empresas que comercializam sementes de milho. Por que usa-se esta terminologia baseada na tecnologia, em vez de milho híbrido simples, triplo e duplo?
    Há ocasiões em que a terminologia correta propicia uma percepção de valor equivocada, como é o caso de milho híbrido. Para uma pessoa leiga, o milho híbrido duplo é o melhor, entretanto não é assim, pois o híbrido simples possui mais heterose e assim um maior
potencial de rendimento. Para evitar esse mal entendido, as empresas utilizam a tecnologia adotada na produção para posicionarem seus materiais.

 
    Em termos de proteção de cultivares, o que significa a exceção do melhorista? Ouço com frequência termos como este, mas não consigo entender bem.
    Na lei de proteção de cultivares, de acordo com a convenção da UPOV de 1978 ou a de 1991, é facultado ao melhorista utilizar em seu programa de melhoramento as variedades elites desenvolvidas por outros colegas, sem pagar royalties. A justificativa está em que com isso todos terão acesso a banco de germoplasma com grande variabilidade genética. É bom enfatizar que nem todos concordam com este procedimento, afirmando que isso torna a base genética mais estreita. Entretanto, em uma coisa todos tem razão: a exceção do melhorista para coletar materiais, acelera o aparecimento de mais materiais superiores.
 
 
    Tenho entendido que a melhor forma de detectar se um material contém OGM é através de uma análise de DNA. Assim, é possível utilizar em qualquer parte da planta para identificação?
    Realmente, a melhor forma de identificar é através do DNA, pois não envolve necessidade de expressão para estar presente, porém nem todas as partes da planta são indicadas para o teste. Por exemplo, em óleo de soja não é possível realizar o teste, pois não possui DNA. Enquanto que, em pellets de soja pode também não ser possível pelos processos de industrialização, entretanto, neste caso, o método da tirinha resolve facilmente o assunto.
 
 
    É importante que o negócio de sementes esteja ocorrendo sem maiores empecilhos, pois com isso todos os segmentos do agronegócio se beneficiam. Neste sentido, gostaria de saber qual é o principal entrave no momento.
    O negócio é essencial para geração de riquezas, contudo, entraves sempre ocorrem e mecanismos devem ser utilizados, e muitas vezes também desenvolvidos, para que a atividade flua de forma harmônica. No momento, de acordo com uma pesquisa realizada pela International Seed Federation (ISF), o principal problema refere-se à proteção da propriedade intelectual, já que a pirataria de sementes é alarmante na maioria dos países.

 


    O pioneiro da análise de sementes, Prof Nobbe, possuía uma grande coleção de sementes datada do século XIX. Com a descontinuidade de seu laboratório, gostaria de saber onde se encontra tão valiosa coleção.
    A coleção do prof Nobbe é composta de 9.000 exemplares, que até hoje pode ser considerada grande. Essa coleção encontra-se no laboratório de análise do serviço de certificação de sementes da Dinamarca, que por sinal é o mais antigo laboratório, em funcionamento desde o século XIX. A coleção está muito bem conservada.

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