Consultas

Edição X | 03 - Mai . 2006
Equipe SEEDnews-seednews@seednews.inf.br
    Esta seção da revista SEEDnews está sendo coordenada pela equipe da área de sementes da Universidade Federal de Pelotas, objetivando esclarecer as inúmeras dúvidas enviadas pelos leitores.
 
    Tenho observado que em minhas sementes de soja sempre encontro algumas partidas ao meio e, como não germinam, gostaria de saber se é muito difícil separá-las durante o beneficiamento das sementes?
    A presença de soja partida ao meio em um lote sementes é, realmente, algo indesejável, tanto pela aparência como pelo efeito na germinação. A separação deste material indesejável é fácil, podendo ser feita através de peneiras oblongas ou pelo separador de espiral. Ocorre que as sementes, ao serem transportadas para o ensaque ou pelo simples manuseio, podem partir-se ao meio. Assim, pode-se remover todas as sementes partidas; entretanto, como as sementes são posteriormente manuseadas, algumas podem se partir, afetando a qualidade do lote.

 


    Em algumas visitas que realizei agora, durante a colheita, constatei que alguns produtores de sementes estão utilizando o teste do pH do exsudato. Poderiam comentar como é realizado o teste e em que se baseia?
    O teste do pH do exsudato é um teste rápido, muito utilizado para sementes de soja na época da colheita. Em apenas 30 minutos é possível saber a viabilidade das sementes. Basicamente, a metodologia consiste em embeber as sementes em água numa bandeja especial com compartimentos individualizados, por 30 minutos, e após colocar uma gota de uma solução de carbonato de sódio mais fenolftaleina. O princípio baseia-se em que as sementes de baixa qualidade apresentam um poder tampão, na água de embebição, superior às sementes de alta qualidade. O carbonato fará com que o pH da solução da semente de alta qualidade aumente, tornando rosa a solução, pela ação da fenolftaleina (indicador de pH).

 


    Estive numa reunião técnica sobre o cultivo de milho, onde um dos palestrantes mostrou uma linda espiga de milho, dizendo que era sinal de que a produtividade da lavoura com aquela espiga, com certeza, seria superior a 10 t/ha. Por favor explique como essa produtividade foi obtida.
    Para o cálculo da produtividade de uma lavoura de milho, leva-se em consideração a população de plantas por hectare, o número de espigas por planta - que, na média, pode ser de 1,3 -, o número de sementes por espiga e o peso das sementes. Todos esses componentes de produção podem ser determinados diretamente na lavoura, exceto o peso das sementes. Entretanto, pode-se considerar uma variação de 2,5 a 4,5 sementes por grama. Assim considerando a sua bonita espiga com 510 sementes e um peso de 3 sementes/grama, vamos ter 170g/espiga e, com uma população de 50.000 plantas/ha, com uma média de 1,3 espigas/planta, tem-se 65 000 espigas/ha. Fazendo os cálculos, encontramos 65.000 espigas/ha X 170g/espiga = 11.050kg/ha ou 11,05t/ha.

 
    Tenho um secador intermitente que desejo utilizar para secar sementes. Devo preocupar-me com algum detalhe em especial?
    Os secadores do tipo intermitente são adequados para secar as sementes, possuem uma alta capacidade de secagem com (em geral) mais de 1,2 ponto percentual de umidade por hora de secagem. A precaução que devemos ter com esse tipo de secador é em relação ao

número de voltas que as sementes dão para completarem a secagem. Para controlar este inconveniente, deve-se utilizar uma alta temperatura do ar de secagem, e desde que a temperatura das sementes não ultrapasse 45°C no final da secagem. Em geral, temperaturas

do ar de secagem entre 60 e 70°C são as recomendadas.
 


    Gostei muito da matéria central da última edição da revista SEEDnews. O exemplo de atuação de três grandes empresas de hortaliças foi bastante esclarecedor. Entretanto, gostaria de saber por que todas elas necessitam importar sementes para abastecer o mercado.
    Como pode ser observado na matéria, o portfólio de cada uma delas é superior a 300 materiais envolvendo sementes de hortaliças, medicinais e flores. Este número é alto e considerando que muitas espécies necessitam de condições especiais de insolação e temperatura para florescerem, há necessidade de buscar sementes em locais bastante distantes do local de produção do material para consumo. Outra consequência do alto número de materiais é a necessidade de parcerias com programas de melhoramento para melhor atender o cliente.

 


    Por favor, gostaria que explicassem a importância da variabilidade genética para obtenção de melhores variedades.
    A importância está nos programas de melhoramento, pois, para melhorar uma variedade, deve haver uma variabilidade genética, a fim de que o melhorista transfira o que de bom existe de um material para outro.

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