Ricetec comemora 25 anos desenvolvendo arroz híbrido no Brasil

Ricetec comemora 25 anos desenvolvendo arroz híbrido no Brasil

   O Brasil cultiva 1,4 milhão de hectares de arroz irrigado por ano, com uma produtividade média de 8,2t/ha, o que resulta numa produção de 11,48 milhões de toneladas/ano, quantidade esta suficiente para abastecer o país.

   Neste sentido, o abastecimento de sementes é suprido por cultivares convencionais e por materiais híbridos, sendo que neste artigo vamos abordar alguns aspectos da empresa RiceTec dedicada à criação, produção e comercialização de sementes de arroz híbrido, que possui sua sede em Houston, Texas (EUA) e atuação em vários países em que o cultivo de arroz possui expressão.    

   A adoção do cultivo de arroz híbrido, varia bastante entre os países, destacando-se a China com mais de 50% de adoção em uma área superior a 30 milhões de hectares, assim como nos EUA em uma área de 900 mil ha.  

   A RiceTec entrou no Brasil no ano 2000, e uma das primeiras iniciativas foi contratar um estudo para dimensionar a demanda potencial de sementes de arroz híbrido, considerando um aumento de produtividade de 1,5t/ha e um custo da semente quatro vezes superior às das sementes de cultivares convencionais. O resultado indicou uma demanda para 200000 ha, significando 15-20% da área cultivada.  Isto foi confirmado com o passar dos anos.

   A empresa, que neste ano completa 25 anos de atuação no Brasil, inicialmente se estabeleceu na região metropolitana de Porto Alegre-RS. Entretanto com a necessidade de estar mais perto da região arrozeira do estado, montou dois centros de pesquisa e produção, um na região de Capão do Leão e outro em Santa Maria.

   A criação de um híbrido é bastante complexa, pois envolve linhagens para a produção de sementes (F1) e estas uma vez produzidas, são cultivadas para produção de grão (F2) que são comercializadas para distintos fins, sendo o mais importante para consumo humano. Neste sentido, testes especiais são realizados para verificar a qualidade de grão (amilose, gessado, fissuras, etc...). 

   A produção de sementes é complexa, envolvendo macho esterilidade, que no caso da RiceTec é de 3 linhas, ou seja, linhas mantenedora e restauradora de fertilidade. Exemplificando, como se necessita sementes da linha macho estéril, esta se consegue cruzando com uma linha irmã fértil, entretanto mantendo a esterilidade em F1(linha mantenedora).  As sementes para venda são obtidas cruzando a linha macho estéril com uma linha restauradora da fertilidade, caso contrário, as sementes F1 seriam estéreis.

   Desta maneira, o isolamento é essencial, levando a RiceTec a produzir sementes em locais isolados, como no estado de Roraima e nos países vizinhos (Uruguai e Argentina). Isto acarreta em desafios de logística, inclusive aspectos de importação e exportação de sementes.

   O primeiro híbrido da RiceTec foi o Avaxi, o qual colocado no mercado em 2002, cuja fortaleza principal era por ser híbrido e já mostrando aos orizicultores seu potencial de produtividade, enquanto o primeiro híbrido já com tecnologia embarcada para resistência a herbicida (Clearfield) foi o Tuno, lançado em 2007. Vários outros híbridos foram lançados com o passar dos anos, que além do atrativo da produtividade também possuíam características agronômicas e industriais de interesse do orizicultor.

Max Ace site.jpg 224.77 KB


   Os mais recentes híbridos trazem tecnologias de resistência a herbicidas de diferentes modos de ação, sendo o mais recente o MaxAce, que controla uma ampla gama de invasoras, incluindo o arroz vermelho (híbrido XP 117 MA). É importante haver o uso de novos mecanismos de controle de invasoras, pois cada espécie vegetal possui milhares de ecotipos, em que alguns podem apresentar resistência a um determinado herbicida e que com o passar dos anos sem controle, pode se tornar um problema 

Comemoração   

Equipe Ricetec site.jpg 234.37 KB


   A SEEDnews foi convidada para participar da comemoração dos 25 anos da empresa, realizada no Centro Tecnologia da RiceTec, em Capão do Leão, no Rio Grande do Sul. No evento, o CEO Global da RiceTec, Karsten Neuff, destacou que a empresa investe ativamente em desenvolvimento de semente e tecnologias. Também vieram ao Brasil para participar das atividades, o diretor de produção para as Américas, Adam Parsons e o líder de negócios para as Américas, Van McNeely, que lembrou da paixão do produtor de arroz pela atividade.

CARD MODELO_ Karsten Neuff.jpg 188.71 KB


   Ainda durante as atividades, o Diretor Comercial da RiceTec no Mercosul, José Plaza Delestre, falou sobre o novo híbrido o “XP117” desenvolvido com a tecnologia Max-Ace®. É uma genética tolerante ao herbicida inibidor de ACCase Acert®, que atua no controle das principais gramíneas na cultura orizícola, como o arroz vermelho/ (Oryza sativa L.) e o capim arroz/ (Echinochloa), resistentes aos herbicidas inibidores da ALS, plantas essas consideradas um entrave ao rendimento da cultura com redução da produtividade e qualidade do produto final", lembrou Plaza.

Diretores da Empresa - Karsten Neuffer, Van McNeely, José Plaza site.jpg 214.17 KB


   A criação, desenvolvimento e produção de sementes de materiais híbridos são etapas complexas, entretanto o produto final compensa o esforço dispendido, pois apresenta benefícios para o orizicultor, criando demanda.

   Um quarto de século de atuação num mercado disputado merece reconhecimento, pois a concorrência é acirrada e a exigência do orizicultor é alta.

Cultivar XP 117 MAX site.jpg 290.24 KB


Subject:Linha Verde

Author:Equipe SEEDnews

Publication date:03/02/2025 12:03:34

Share