Com a confirmação de mais uma fase do fenômeno La Niña para o período crítico das culturas precoces de soja e milho no Conesul, profissionais da Meteorologia agora buscam antecipar como tais condições climáticas se comportarão no futuro. 

   Na última segunda-feira (19), o Centro de Previsões Climáticas do Instituto Internacional de Pesquisas para o Clima e a Sociedade, da Universidade Columbia (EUA), divulgou dados que apontam que a probabilidade de que o La Niña permaneça em atividade para o trimestre de dezembro de 2022 a fevereiro de 2023 cresceu de 56% para 61%, em projeções separadas por um mês. A previsão foi elaborada com média das estimativas feitas por diversos centros de pesquisas meteorológicas.

   Já para o período entre janeiro e março, a probabilidade de ação do La Niña cai para 46%, o que significaria que nesse ínterim estaria sendo consolidada uma fase neutra do fenômeno El Niño – Oscilação Sul (ENSO), como é conhecido o conjunto de atividades climáticas que reúne tanto o El Niño como o La Niña. Esse período seria mantido, ao menos, até meados do ano de 2023.

   O ENSO inclui a oscilação de parâmetros meteorológicos na região do Oceano Pacífico equatorial, variável que afeta o ciclo de chuvas em grandes regiões agrícolas sul-americanas. As duas últimas safras de milho precoce e primeira soja foram afetadas pelo fenômeno, que, ao sofrerem restrições hídricas, não tiveram expressado seu potencial produtivo. A persistência do La Niña também está afetando muitos lotes de trigo argentinos, que não possuem reservas de umidade para se desenvolver normalmente.

   Dessa forma, diversos projetos agronômicos já estão contemplando semeaduras tardias para evitar possíveis restrições hídricas durante o mês de janeiro, aguardando que as chuvas sejam regularizadas a partir do mês de fevereiro.

*Com informações do portal Bichos de Campo.