A batata é uma cultura importante e ocupa o quarto lugar globalmente entre todas as culturas alimentares, atrás apenas do milho, arroz e trigo em termos de tonelagem de produção global. Além de seu uso como alimento, a batata tem muitas aplicações nas indústrias de alimentos processados, papel, adesivos e têxteis.

Cientistas da Texas A&M University, nos Estados Unidos, exploraram a capacidade do sistema CRISPR-Cas9 de excluir quatro cópias de um gene na batata tetraplóide. Os resultados deste estudo acabam de ser publicados no International Journal of Molecular Sciences and Plant Cell, Tissue and Organ Culture.

Para explorar a capacidade do sistema CRISPR-Cas9 de excluir quatro cópias de um gene na batata tetraplóide, os cientistas usaram o método “Agrobacterium” para entregar os reagentes CRISPR à batata. No primeiro estudo, eles visaram uma linha de batata que continha quatro cópias de GFP (um gene de água-viva que permite a visualização de sua atividade com base na fluorescência). A perda da fluorescência verde característica e o sequenciamento do gene GFP após o tratamento com CRISPR indicaram que era possível alterar todas as quatro cópias do gene, confirmando que deveria ser possível mutar todos os quatro alelos de um gene nativo na batata tetraplóide.

As lições aprendidas no primeiro estudo foram então aplicadas para interromper o gene GBSSI na batata tetraplóide (variedade Texas Yukon Gold) para remover a amilose do amido. O amido de tubérculo de um desses eventos knockout (T2-7) era completamente desprovido de amilose. Assim, todos os quatro alelos GBSSI neste evento foram mutados, no entanto, apresentaram características normais de crescimento e rendimento. Este evento editado, com amido constituído exclusivamente por amilopectina, deverá encontrar aplicações industriais em setores tradicionais como as indústrias de papel, adesivos, têxteis e bioplásticos.